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terça-feira, 28 de julho de 2009

Balanço do mister Nuno Oliveira

Tomei a liberdade de pedir ao amigo e mister Nuno Oliveira para deixar um balanço sobre os 2 anos que passou à frente da equipa técnica do RFCV. Aqui fica o seu balanço:


Fazendo um balanço destes dois anos de Ribatejano o melhor é começar pelo fim, ou seja, foi uma experiência muito positiva e que superou até as minhas expectativas iniciais.

Agora voltando ao inicio vamos ao local onde tudo começou :=)
Na festa do Ribatejano em 2007 que penso ter sido em Julho ?!! o sr. João Oliveira
pergunta-me de uma maneira espontânea e pessoal se eu teria interesse em ser treinador do Ribatejano e caso quisesse se conseguiria trazer 2 ou 3 jogadores . Nessa altura disse que tinha interesse em treinar o Ribatejano mas quanto aos jogadores não era fácil, e mais tarde vim a comprovar isso mesmo, sendo de Almeirim e estando há 1 ano em Valada não tinha conhecimentos de jogadores desta zona e Almeirim já se torna um pouco longe para as deslocações.
Mais tarde, cerca de 2 semanas depois foi o presidente, o sr. Rogério que me telefona e marca um local e hora para falar comigo. Foi a primeira abordagem oficial em que rapidamente se chegou a um acordo, obviamente que não de verbas mas sim de mútuo interesse, havia a possibilidade de não haver futebol nessa época. Em finais de Agosto tivemos uma reunião com todos os elementos da direcção actual em que se discutiu vários aspectos de organização da época que aí vinha. Nessa mesma reunião é-me proposto a colaboração do Estêvão, após uma chamada este chega ao local para se inteirar do que se passa e do que se pretende no futuro, havia muita confusão tendo em conta o final da época anterior. Da minha parte o Estêvão iria trabalhar comigo e fazer parte do plantel fazendo igualmente uma ligação entre o plantel e a direcção isto por forma a que não acontecesse o que tinha já sucedido no passado. Aqui o Estêvão realça que para correr bem a época era imprescindível a presença do Macol (na altura um desconhecido para mim mas que viria a revelar-se um grande amigo e uma grande, ou melhor , uma enorme ajuda, obrigado Macol). A primeira medida desta reunião foi acabar com os petiscos no final de cada treino reservando essa verba para prémios de jogo e presenças nos treinos (valores simbólicos). Era a primeira ruptura com o passado tornando mais justo o clube.

Chega o dia da apresentação, aparecem muitos jogadores e o discurso foi um pouco duro e acima de tudo de alerta tendo em conta as informações recebidas de que na época anterior tudo tinha corrido muito mal após a saída do Valbom. Mas tudo na vida tem um rumo e foi seguindo uma linha por mim traçada que tudo se foi desenrolando. Nesta fase começou o esboço de uma época que visava como único objectivo a criação de um grupo forte, disciplinado e que fosse ganhando alguns jogos :=) Não houve um único contacto de outros clubes para realizarem jogos amigáveis connosco, daí a realização de apenas 2 jogos de preparação (Juniores do Cartaxo e Parreira). Foi no jogo da Parreira que me é apresentado o Bernardo pelo Zé Pato e concordámos em trabalhar os dois, o Estêvão estava empenhado em ser mais jogador do que treinador e também sei que não é fácil trabalhar comigo ...mas foi sempre um grande amigo dentro e fora do campo.

Neste ano o Bernardo faz um grande trabalho com o Zé Pato e o Vitinho perspectivando
melhorias na época seguinte o que não viria a acontecer, infelizmente.
A época decorre com mais ou menos normalidade e acabámos em 6º lugar, mas aposto
que nenhuma equipa tinha um grupo como o que tivemos nesse ano pelos melhores motivos, ficam os nomes para a posteridade: Zé Pato, Vitinho, Pardal, João Ferreira, André Inês, Vitú, André Ferreira ,Vasco, Ilídio, Luis Pedro, Henrique, Tiago Fonseca, Ricardo (chegou em Janeiro), Rui Costa, Miguel Cláudio, Júnior, Estêvão, David Estevão, Bruno Martins e Rúben (Não podiam treinar). Sem esquecer o péssimo relvado (ervado) onde treinávamos e jogávamos). Deixo-vos um desafio para verem a média de idades desta equipa....

Termina a época todos são convidados a ficar desde que possam treinar 2 a 3 dias, a excepção apenas residia no Estêvão que terminou a época com algumas dificuldades físicas e tínhamos muitas duvidas na sua utilização, reservando essa decisão para si próprio. Fizemos o jantar de fim de época e fomos de férias convictos que o próximo ano seria muito melhor em termos competitivos.
Durante este período e mediante observações feitas nos jogos que jogámos neste campeonato havia necessidade de reforçar a equipa com mais qualidade futebolística e neste âmbito tínhamos 2 jogadores referenciados o Sá e o Becas ambos do Vale de Santarém. Conversámos com o Sá e além dele e do Becas também estariam outros dispostos a vir para Valada e assim foi, com o Sá e o Becas chegam para nos ajudar o Filipe Centeno, o Paulinho, o David Cordeiro (mais tarde) e outros que acabaram por não continuar pelos mais distintos motivos. Dentro desta ordem de ideias também tínhamos o Gueu referenciado, eu próprio falei com ele mas tinha um compromisso com o Paulo Jarego do Vale da Pinta, que abandona inesperadamente o que permitiu ao Gueu vir ajudar-nos também. O Sérgio chega mas apenas pode jogar os 3 últimos jogos do campeonato e lesiona-se na semana da estreia, mas ainda deu para ajudar.

Ao começar a época, a fasquia é colocada mais alta tendo em conta o valor do plantel o que viria a confirmar-se. Nesta altura também chega-nos para treinar um miúdo (penso que por intermédio do Miguel) chamado Mauro Martins que demonstrou muita qualidade desde o primeiro dia e foi uma grande ajuda para esta equipa.
Nesta pré-época tivemos de recusar jogos de preparação, o Ribatejano já era uma equipa credível para se jogar. Quantos jogos foram já não me recordo mas que só ganhámos 2 vezes, isso lembro-me (Parreira e Juniores do Ouriquense).
O melhor reforço foi o relvado proporcionado pela direcção, se não é o melhor é um dos melhores do distrito.

Começa a época e só sofremos golos no ultimo jogo da 1ª volta. Fizemos o nosso jantar de Natal. O Becas ganha um mimo da direcção :=) A 2ª volta não foi feita com a qualidade da 1ª mas ainda assim conseguimos ir até ao
ultimo jogo para disputar a passagem à 2ª fase o que viria a suceder e
merecidamente. Muitos factores levaram a essa quebra que o grupo sabe, apenas um ou outro que aqui deixo como a lesão do Vasco que ao lado do André Ferreira (o rupturas) passaram de recordistas de golos sofridos na pré-época para a dupla menos batida do campeonato até então, o treinador que não arranjou ninguém para trabalhar com ele cerca de 20 a 22 jogadores que se treinavam durante a semana e os guarda-redes que se treinavam sozinhos (palavra de grande apreço para o David Cordeiro). A lesão crónica do Miguel que houve alturas em que parecia não aguentar mais mas foi até ao fim e só ele sabe o que lhe custou por muito que nós fizéssemos por vezes vista grossa e o motivássemos de maneira a que ele conseguisse dar o seu contributo ao domingo.
E outras coisas mais .......

A 2ª Fase estava aí tivemos algumas informações sobre os adversários mas eu baseio-me sempre na minha equipa e no que fazem dentro de campo. Acusámos a falta de experiência nesta fase (treinador incluído) e acima de tudo o termos que jogar sempre na zona de Abrantes (cerca de 100 km), em campos pelados e muito muito duros com arbitragens ainda mais duras....
Poderíamos ter feito melhor mas na minha opinião fizemos um bom campeonato conquistando um lugar de destaque no Inatel que possibilita a continuidade desta equipa agora com novas ideias que certamente terão muito sucesso.
A equipa nesta época 2008/2009 foi a seguinte: David Cordeiro, Zé Pato, João Paulo, Pardal, João Ferreira, João, Paulinho, André Inês, André Ferreira, Vasco, Becas, Sérgio, Vitu, Ilídio, Henrique, Filipe, Rui Costa, Luis Pedro, Mauro, Bruno, David Estêvão, João Sá, Gueu, Miguel Cláudio, Ricardo, Tiago Fonseca, Carlos Mendes e o Jònatas que apesar de não ter sido inscrito nunca nos abandonou e tornou-se numa referência de boa disposição e espírito de grupo.

Chegou ao fim um ciclo de 2 anos em que tornámos o Ribatejano uma equipa apetecível para jogar , treinar e dirigir. Não fizemos o nosso jantar de despedida, ainda hoje não sei porquê, mas há que o fazer logo na semana em que se termina a época. Foi um plantel com muita qualidade e com gente que poderia jogar alguns níveis acima, mas infelizmente por este ou aquele motivo isso não é possível.

E haveria muito mais para contar mas há coisas que não são tão importantes como as que escrevi acima.

Um abraço e força Ribatejano.


Obs: Esta observação ficou propositadamente para dar um abraço ao Ilídio , nosso capitão e amigo, um bem haja.


Nuno Oliveira, treinador do RFCV nas épocas 2007/2008 e 2008/2009.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não posso deixar de enaltecer a forma como o Nuno trabalhou nestes dois anos no Ribatejano. Se houve (e houve) evolução na equipa foi determinante a forma como encarou o desafio que é treinar, uma equipa amadora, sem cultura tática e defrontando na maioria dos casos equipas similares.
Mas como tudo na vida tem um fim, resta-me agradecer ao Nuno e enviar-lhe um abraço pelo trabalho desenvolvido e desejar-lhe as maiores felicidades pessoal e profissionalmente.
Quanto ao jantar final se calhar devia de dar uma resposta mas não a tenho mas também deixo no ar a pergunta. Porque não se fez o jantar de fim de época??????. Penso que a equipa merecia.
José Isidro