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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Entrevista com Carlos Cláudio

O Ribatejano Valadense iniciou a época 2009/2010 com nova equipa técnica, constituída por Paulo Dias e Violante. No entanto, os resultados não foram os melhores. Nas duas jornadas iniciais, a equipa empatou no Vale do Paraíso e perdeu em casa com o Vale da Pinta.

A direcção entendeu, antes da 3ª jornada do campeonato, substituir a nova equipa técnica, que dirigia a equipa desde 1 de Setembro.

Posto isto, resta desejar a melhor sorte para o Mister Paulo Dias e para o adjunto Violante que se empenharam ao máximo durante o tempo em que orientaram a equipa do Ribatejano.

A nova equipa técnica já começou a trabalhar e é constituída por:

Carlos Cláudio - Treinador

Miguel Cláudio - Adjunto

Fernando Lisboa - Preparador físico/fisioterapeuta

Carlos Cláudio, natural da freguesia de Valada, regressa a uma casa que bem conhece. Os adeptos não esquecem o título distrital alcançado em 1994 e os vários títulos de campeão de série.


Mister, como é regressar ao Ribatejano após 14 anos e com tantos títulos alcançados?

Em primeiro lugar, independentemente do que foi conquistado nos anos em que estive à frente do clube, devo dizer que é, sempre e em quaisquer circunstâncias, uma honra e um grande privilégio desempenhar estas funções num clube com os pergaminhos e um historial tão rico em troféus, desde a sua iniciação, como o Ribatejano. E as conquistas não se prendem apenas a vitórias em campeonatos desportivos, dizem também respeito ao muito trabalho desenvolvido neste clube e nesta terra desde a sua fundação em 1923. Passaram pelo Ribatejano, muitos e bons jogadores, mas as lutas dos dirigentes para a melhoria das suas infra-estruturas, das quais se salienta o nosso “estádio”, são igualmente autênticas e brilhantes conquistas, que eu gostaria de realçar.


Como encara este novo desafio?

Cada desafio é tão ou mais aliciante que o anterior, independentemente do campeonato que estamos a disputar. Seria mais cómodo para mim, após o trabalho desenvolvido no Ribatejano na década de 90, manter-me serenamente na bancada a ver os jogos e saber que seria sempre recordado pelas vitórias obtidas naquelas fantásticas épocas. Mas o nosso Ribatejano está-me no sangue e as suas marcas jamais serão apagadas, vibro intensamente com as suas vitórias, sofro com os resultados menos positivos, mas desejo sempre o máximo sucesso a este clube. Por isso, quando o Presidente do clube me telefonou uma noite destas, já fora de horas, dizendo que a Direcção tinha prescindido dos serviços do anterior técnico e lançando-me o repto para este novo desafio, aliás o sr. Rogério Mendonça foi absolutamente persuasivo, não precisei de pensar mais do que uns escassos segundos, para responder afirmativamente ao que me era solicitado.


Muitos treinadores chegam ao RFCV não prometendo o 1º lugar na série mas sabemos que esse é sempre o objectivo desta equipa. Tendo em conta que chega à 3ª jornada, quais são os seus objectivos e o que pode prometer aos sócios e simpatizantes?

Convém, antes de mais, recordar aqui que eu não fui sozinho para o RFCV. Acompanham-me duas pessoas nas quais tenho a máxima confiança. O Miguel, um jogador do clube, que actualmente está lesionado, mas que revela, a par das suas qualidades futebolísticas, um grande gosto de ver o Ribatejano ganhar sempre e que alia a isso uma enorme vontade de contribuir, noutras funções, para essas mesmas vitórias. Reúne perfeitas condições, com os conhecimentos entretanto adquiridos, para no futuro, quando deixar efectivamente de jogar, assumir plenamente as rédeas desta equipa. Por outro lado, temos outro homem, o Fernando, que é uma grande mais-valia e uma ajuda preciosa nesta equipa técnica. É um fisioterapeuta e preparador físico de grande capacidade e competência que, com o seu trabalho, dá os correctos níveis físico-atléticos á nossa equipa.

Respondendo concretamente à pergunta, direi que com estes homens ao meu lado é fácil prometer muita coisa. Começando pela dedicação e entrega ao clube, pela determinação com que nos entregaremos ao trabalho, pela ambição própria de cada um de nós e que triplica no conjunto, consideramos ter condições para dizer, a quem acompanha e vive este clube, que lutaremos todos os domingos pela vitória e consequentemente procuraremos sempre atingir os lugares cimeiros da classificação, para prestigiarmos e dignificarmos este histórico clube.


Está satisfeito com o actual plantel?

Tal como foi dito anteriormente, nós chegámos à 3ª jornada, num campeonato “sui generis”, só com 7 jornadas, a uma volta, e cujo sorteio não nos foi muito favorável. Por isso, depois das 2 primeiras jornadas menos conseguidas, temos de procurar cerrar fileiras e lutar para atingir a principal meta nesta fase, que é fazermos parte do grupo que irá disputar a 2ª fase. Portanto, é com este plantel, que não foi escolhido por nós, que iremos encarar seriamente os jogos que nos faltam. Devo no entanto dizer, que o Ribatejano tem jogadores de elevada craveira e superior qualidade para o campeonato em disputa. É um plantel relativamente bem equilibrado nos diversos sectores e que nos dá absolutas garantias, também pela sua formação humana, de alcançarmos o que todos ambicionamos. E satisfaz-nos verificar que estes jogadores não regateiam esforços, quer nos treinos quer nos jogos, para atingirem os melhores resultados.


O que tem a dizer quanto às condições que o clube apresenta?

Os 86 anos deste clube dão-lhe respeitabilidade mas, ao mesmo tempo, muita responsabilidade. Responsabilidade essa acrescida, por ser a Colectividade mais representativa da freguesia de Valada. E a verdade é que, graças à dedicação de muitos Valadenses, este clube tem sabido oferecer as condições essenciais para a prática do desporto. O Ribatejano mantendo a equipa principal a disputar o Campeonato da Fundação Inatel, também tem a funcionar uma classe de escolas de futebol e uma classe de aulas de ginástica para todas as idades. Sabemos que a sua sede social é neste momento a pedra no sapato, mas esta Direcção está empenhada em concluir umas instalações condignas para os associados se poderem reunir e organizar outro tipo de eventos. Concretamente, no apoio à equipa de futebol, os seus balneários são bastante bons e o campo de jogos é um sonho para qualquer jogador de eleição. Apenas o ringue polidesportivo, espaço que poderia ser utilizado pela equipa em situações específicas, embora em boas condições, poderia sofrer algumas melhorias. Para completar, a direcção faz questão de rodear a equipa de futebol sénior com um grupo de pessoas, que tudo faz para que nada nos falte, quer nos dias de treino, quer nos dias de jogo.


Qual a sua opinião relativamente ao novo formato do campeonato?

Penso que, genericamente, o formato permitirá melhorar a competitividade no campeonato. No entanto, tem alguns aspectos que gostaria de ver corrigidos, se for esse o entendimento dos responsáveis da Fundação. Como facilmente se verifica, esta 1ª fase não traduz a mais correcta verdade desportiva, uma vez que neste formato, com jogos apenas numa volta, o sorteio pode perfeitamente beneficiar umas equipas em detrimento de outras, tal como se pode verificar nesta época. Na 2ª fase uma vez apuradas, hipoteticamente, as melhores equipas de cada série, o campeonato tem todas as condições para atingir patamares desportivos mais elevados. Agora a questão do número de substituições, assim como o tempo de jogo de cada encontro, são perfeitamente discutíveis e deveriam ser analisados antes da próxima época. Se, por um lado, o novo formato do campeonato lhe dá mais competitividade e o aproxima da qualidade desportiva dos campeonatos federados, não se percebe porque, por outro lado, se quer transformar o mesmo campeonato em jogos de lazer e recreio, quando se reduz os minutos de jogo jogado e se pode mudar mais de meia equipa ao intervalo. Estas as grandes questões que se colocam neste momento.


A crítica diz que quando se chega a um clube como o Ribatejano, arrisca-se a ser campeão de série. Concorda com esse facto?

É uma crítica/pretensão com vários contornos e que não deve ser abordada duma forma singela. Reportando-me apenas aos últimos 20 anos, podemos verificar que o clube somente foi campeão de série uma meia dúzia de vezes. E que unicamente foi campeão distrital em 1994. A realidade diz-nos também que o clube atravessou algumas transformações, graças principalmente a ter perdido o seu grande viveiro que eram os jogadores da freguesia. Permitindo-se a abertura a novos jogadores dever-se-ia ter mantido a caracterização da equipa, dotando-a e criando uma espinha dorsal forte e sólida, que se consolidasse através das várias épocas desportivas. Estes são os factos reais e concretos. Apesar disto, é legitimo que os sócios, os simpatizantes e os próprios jogadores ambicionem ser campeões todas as épocas, apesar de não reflectir rigorosamente a realidade do Ribatejano. No entanto, esta equipa técnica, apesar de herdar uma equipa já em andamento e em competição, não desdenha a possibilidade de, a curto prazo, voltar a ser campeã.


Desde que assumiu a equipa, o RFCV voltou às vitórias. Qual foi o novo espírito que veio incutir no balneário para tal acontecer?

Cabe aqui deixar registada uma palavra de apreço a quem nos antecedeu no início da época e que, naturalmente, também pretendia obter bons resultados. E lançaria também um apelo aos sócios e simpatizantes do Ribatejano, para que continuem a apoiar a equipa, pois os jogadores que vestem a camisola amarela e preta, apesar dos primeiros resultados não terem sido os melhores, lutam sempre em campo com o maior vigor para conseguir dar vitórias ao emblema que trazem ao peito.

Não há segredos, nem milagres no futebol, o que há são distintas formas de ser, de estar e de actuar. O que tentamos diariamente é criar um forte espírito de grupo, transmitir aos jogadores que representar este Glorioso Clube implica não só uma grande responsabilidade e determinação, mas também paixão, cujo passado devemos respeitar, prestigiar e honrar. Fazê-los encarar cada treino e cada desafio como uma meta a atingir, ao mesmo tempo que fazemos com que haja constantemente uma efectiva evolução física, técnica e táctica. E com a nossa própria filosofia de conduzir homens e jogadores prepará-los mental e psicologicamente transmitindo-lhes tamanha força e ampla ambição, para quando lhes for perguntado o que são, eles afirmarem: UMA EQUIPA! E quando lhes for perguntado o que pretendem, eles gritarem convictamente: V E N C E R !!!




O nosso agradecimento ao Mister Carlos Cláudio pela disponibilidade que teve para responder às nossas questões.

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